Com o circo armado a resposta do jornalista jornaleco ao vereador Luciano em Aldeias Altas

Como contei na penúltima coluna (Veja, clique aqui), fiquei assistindo à sessão ordinária da Câmara de Aldeias Altas… de camarote e com pipoca. (Sim, com pipoca. E não, não era gourmet.) O tédio era tão grande que achei que não teria nada para escrever. Mas aí, eis que o vereador Luciano resolve brilhar no grande expediente. E não é que fui mencionado? Pensei: “Ah, pronto! Dia de quase glória! Vou ter que escrever!” Afinal, não é todo dia que recebo a tão honorária honra de ser citado em plenário.

Confesso que fiquei feliz, eufórico, quase que soltando fogos (Porém, de baixo ruído, obedecendo à lei que o próprio vereador apresentou em seu primeiro mandato). Até pensei: será que meu nome vai constar em ata? Já imaginei até o documento histórico: ‘Menção ao jornaleco’. E olha que fui promovido a alguém que “circula pelos porões das prefeituras”. Porões? Olha, vereador, nem tenho essa ficha toda. Na vizinha Caxias, por exemplo, nunca trabalhei em gestão municipal. E, só pra registrar, para quem nunca entendeu “de meia-tigela”, significa de pouco valor, insignificante. É quase um “não fede nem cheira” da língua portuguesa.

Entendo sua chateação pelo uso da palavra “circo”. Mas, sinceramente, me diverti. Foi como aquela criança que sempre quis ser chamada para participar do show de mágica. E, para esclarecer, jamais quis ofender os profissionais circenses que, aliás, trabalham muito mais que alguns políticos que conheço. A propósito, não sou um qualquer tenho graduação em jornalismo, três pós-graduações, atualmente estou cursando Letras – Português e Literatura, e ainda estou devendo um artigo para concluir mais uma pós. (Já até marquei na agenda: entregar antes que o vereador ache que estou escrevendo sobre ele.)

Agora, vamos combinar, se sentir ofendido com a palavra “circo” e logo depois elogiar os profissionais de circo é meio contraditório. É tipo dizer “bonitinho” e depois reclamar que não te chamaram de bonito. Não sei se me divirto mais com a ofensa ou com a bobagem em si. E olha, se vier processo, aí sim vai virar espetáculo com ingresso na mão e primeira fila garantida.

E, já que falamos tanto de circo, é bom lembrar: no picadeiro, o palhaço faz rir, o malabarista equilibra, o mágico encanta e o domador controla a fera. No plenário, às vezes é o contrário tem palhaço que se leva a sério, malabarista que derruba as próprias bolas, mágico que some com o assunto e fera que rosna por nada. No fim, o espetáculo é garantido… mas o ingresso, infelizmente, a gente paga com os impostos.

Por fim, fique tranquilo, vereador. Vou dormir muito bem depois de hoje. Aliás, qualquer jornalista em início de carreira, assistindo a essa legislatura, teria a mesma impressão que eu. Então, calma ao falar de jornalista. Vai que eu acabe respondendo… e falando as mesmas asneiras que o senhor disse.

Veja a sessão completa abaixo: