A volta tímida de Reginaldo Pinho à comunicação caxiense

Eu havia prometido voltar a escrever nesta coluna e, mantendo a palavra, trago hoje um tema que mexe com a memória e o presente da comunicação em Caxias, a volta de Reginaldo Pinho. Seu retorno surge de forma tímida e, até agora, sem muita relevância diante dos concorrentes do horário. É curioso pensar nisso, considerando a força e a presença que ele já teve em outros tempos.

Agora “Falando Sério” o programa Conexão Tropical da Rádio Tropical FM e transmitido pelo Youtube é interessante (link). O problema é que segue sendo ele por ele mesmo, Reginaldo apresenta, faz reportagem, opera a transmissão ao vivo e comanda todos os detalhes técnicos ao vivo. Isso me remeteu à famosa cena de Soraya Almeida, que viralizou ao “se chamar” na própria reportagem ao vivo no programa. Além disso, quem acompanhou Reginaldo em seus últimos trabalhos sabe que ele ocupa, com orgulho, o posto de maior entusiasta de si mesmo algo que pode ser carisma para uns, mas amor-próprio demais para outros.

No primeiro dia, acompanhei o programa torcendo pelo sucesso. Mas logo percebi as dificuldades técnicas com a imagem não estava boa, o áudio lembrava uma voz ecoando dentro de uma lata em alguns VTs. É compreensível que nem todo comunicador tenha acesso a uma equipe completa, mas não é aceitável que, em 2025, ainda se tente transmitir pela internet com equipamentos improvisados, quando existem soluções acessíveis e de boa qualidade. O público de hoje é exigente, e quem insiste em entregar algo mal produzido perde audiência rapidamente.  É justo reconhecer que Reginaldo mantém a paixão pela comunicação e que, no seu primeiro programa, ele reforçou a necessidade de um noticiário local. Porém, vale lembrar que o Jornal do Meio Dia já cumpre bem esse papel há bastante tempo e com qualidade técnica consolidada.

No segundo programa, vimos um pouco mais de conteúdo ele abordou a falta de educação dos motoristas no centro da cidade ainda sem evidenciar esse ponto importante, próximo ao Três Corações, apontando a gestão municipal como culpada, apesar de o local estar devidamente sinalizado. E, claro, abriu espaço para seu novo chefe político, Catulé. O encerramento veio com a promessa de que o programa estará “mais organizado amanhã”. Torcemos para que sim. Boa sorte, Reginaldo, mas lembre-se: na comunicação, paixão sem qualidade técnica é como notícia sem apuração pode até chamar atenção, mas não se sustenta por muito tempo.