Do barulho ao silêncio, o que realmente se salvou na Sessão Ordinária em Caxias?

Caxias, 4 de agosto de 2025.

Acompanhar uma sessão ordinária da Câmara de Caxias é, por vezes, um verdadeiro exercício de paciência. O ambiente é tomado por discursos vazios, tentativas de autopromoção e bajulações a futuros apoios políticos, enquanto o básico da atividade legislativa o debate de propostas concretas fica em segundo plano. Há também uma dificuldade evidente de alguns parlamentares em concluir ideias com clareza, o que torna a experiência ainda mais frustrante. Chega a ser deprimente ver o quanto o Legislativo local se esforça para enaltecer o Governo Estadual por fazer o mínimo: governar.

Com seis meses da nova legislatura, talvez o gesto mais inteligente de alguns vereadores fosse o silêncio, ao invés de insistir em discursos que não acrescentam nada. Entre os poucos momentos de lucidez, o destaque foi o discurso do vereador Mario Assunção, que abordou de forma coerente a questão da segurança pública  e anunciar o tão aguardado prédio da UEMA dia 18/08, essencial para os cursos de medicina e enfermagem. Uma pauta necessária, justa e urgente.

Chama atenção o efeito dominó de discursos repetitivos um vereador fala, os outros repetem, como crianças que descobrem os “Bobofofos” no YouTube você nem sabe a letra, mas de tanto escutar, ela gruda na cabeça.

No grande expediente, vereadores fizera o uso: Ricardo Rodrigues e Daniel Barros.

Ricardo fez uma fala madura, desejando união entre os pares e incentivando o bom diálogo. Foram 12 minutos de discurso ponderado, mostrando que sua experiência como comunicador o capacita a ocupar bem a tribuna. Um parlamentar que entende o peso da palavra e o tempo de falar.

Daniel Barros, como de costume, tentou transformar questões pequenas em grandes escândalos, numa estratégia já conhecida de autopromoção. E, claro, não faltou a famosa “à parte” do vereador Catulé, que utilizou parte do tempo alheio para suas críticas bem-humoradas  num estilo que já virou sua marca pessoal.