A enchente do Rio Tocantins, que inundou a cidade de Imperatriz, a 626 km de São Luís, já obrigou mais de 100 famílias a sair de suas casas.
O nível do Rio Tocantins subiu mais de 2 metros no fim de semana, chegando à marca de 7 metros e 60 centímetros acima do normal. Até o momento, 63 pessoas estão desabrigadas e outras 60 ficaram desalojadas.
A cheia que acontece praticamente todos os anos é reflexo das chuvas na cabeceira do rio, no estado de Goiás, e ao longo do estado do Tocantins. A Defesa Civil preparou três abrigos provisórios na cidade.
A dona de casa Jane Leide precisou levar a família para um deles, já que foi surpreendida com a água dentro de casa. “Ficamos todo mundo atento porque tava enchendo e o rio tá enchendo demais da conta. Aí nós tinha que ficar na alerta porque senão é capaz de perder as nossas coisas. A gente já não tem nada e as coisinhas que a gente tem aqui aí perder na água do rio aí fica difícil”.
Horas depois de deixar a casa, o comerciante Geraldo Batista voltou para conferir como está o imóvel. “Fico aqui certo porque vou em casa, vou lá onde tou aqui porque eu mudei pra casa de parente aqui e volto pra cá. Venho dá uma olhada. Vandalismo também acontece e aí a gente tem que se precaver pra essas coisas”.
Assistentes sociais da Prefeitura de Imperatriz fazem o cadastro das famílias registrando as perdas e colhendo informações sobre o estado de saúde dos desabrigados.
Na avenida que dá acesso ao Porto da Balsa, em Imperatriz, que agora está encoberta pela água, só é possível chegar às casas em alguma embarcação. Com medo de furtos, alguns moradores ignoram os riscos e permanecem nas casas invadidas pela enchente.
Mesmo com todos os alertas da Defesa Civil, o aposentado Simão Serafim alimenta a esperança de que dessa vez o nível do rio não demore a baixar. “Não tem nem a soma do que eu já perdi. Eu tenho muito apego por ela (casa)”.
Os bombeiros ajudam na remoção das famílias e alertam os ribeirinhos. O comandante do Corpo de Bombeiros de Imperatriz, tenente-coronel Isael Chaves, ressalta que há riscos de afogamentos, contato com a rede elétrica e doenças causadas pela poluição da água.
“Além do risco de afogamento, há o risco de alguma fuga de corrente elétrica que não tenha sido desligada e o risco relacionado à poluição da água naquela área que pode causar também doença na pessoa que entrar”, explicou o tenente-coronel Isael Chaves.