Na manhã desta sexta-feira (18), o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas do Ministério Público do Maranhão (Gaeco-MA) deflagrou a segunda fase da Operação 4×4, com o cumprimento de mandado judicial de interdição contra a empresa Lion Autopeças Ltda, sediada em Teresina (PI). A ação faz parte de uma investigação sobre uma organização criminosa com ramificações interestaduais.
A operação contou com apoio técnico do Instituto de Criminalística de Teresina (Icrim-PI) e apoio operacional da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV-PI). O principal alvo é Adolfo Pablo Menescal Mourão, apontado como líder de um esquema que utilizava o comércio de autopeças como fachada para práticas ilícitas.
Durante a diligência, os investigadores constataram que a Lion Autopeças e outro estabelecimento vizinho, o Sucatão 01, funcionavam de forma integrada, embora registradas separadamente. Ambas compartilham o mesmo terreno, acessos e estruturas, incluindo maquinetas de pagamento, sem qualquer divisão física entre os espaços — o que reforça a suspeita de que se trata de uma única operação fraudulenta.
A interdição foi determinada após laudos periciais e registros audiovisuais comprovarem a atuação conjunta das empresas. Mesmo com a alegação de separação formal apresentada por advogados, a própria Deyse Nayara Menescal do Nascimento — irmã do investigado e nomeada depositária dos bens — admitiu que ambas pertencem ao mesmo proprietário.
Outro episódio durante a operação envolveu a tentativa de retirada de uma motocicleta por um homem que afirmou ser o legítimo dono. Como a documentação não correspondia ao seu nome, a liberação foi negada, e o Gaeco recomendou que o interessado buscasse a Justiça, apresentando os documentos corretos.
A interdição foi comunicada oficialmente à Junta Comercial do Estado do Piauí (Jucepi) e à Prefeitura de Teresina, com envio de ofícios para registro da medida cautelar e adoção das providências administrativas necessárias.
A Operação 4×4 integra uma série de ações do Gaeco-MA voltadas à desarticulação de redes criminosas que operam sob a fachada de legalidade. A conclusão da primeira fase depende da entrega do laudo final do ICRIM-PI e das respostas dos órgãos envolvidos.