Quem Diria?
Data: 04/01/2025 22:35
Recentemente, fui presenteado com uma obra inesperada, docemente escrita por Jorge Caldeira. Mauá: Empresário do Império retrata a vida do Barão e Visconde de Mauá, de nome Irineu Evangelista de Sousa. Seu nome foi o primeiro fato que me chamou a atenção por conta do meme que circula na internet há muito tempo: “Irineu, você não sabe e nem eu”. Juro que acreditei que o nome fosse criação do rapaz que solta essas palavras ao vento de forma descontraída em tom de piada, mas, de fato, Irineu já havia nascido bem antes do que eu esperava. Julgo que este livro possui muito a ser discutido; buscarei trazer características sobre ele de forma calma e eficaz, desenvolvendo-o aqui, por meio de seus capítulos, para que você acompanhe junto comigo o processo criativo e de pesquisa de Jorge Caldeira sobre o Barão de Mauá. Antes disso, veja como necessário apresentar o autor. Jorge Caldeira nasceu em 1955 em São Paulo, é jornalista, doutor em Ciência Política, mestre em sociologia, bacharelado em ciências sociais e escritor. Agora, vamos refletir sobre Mauá, com base nas impressões da obra.
Logo após o primeiro grande impacto que foi descobrir que o nome de Mauá é, na verdade, Irineu, fiquei abismado ao descobrir sobre sua formação familiar. O livro inicia caracterizando a postura firme de Irineu dentro do lar, que, ao chegar em casa, logo se analisava o seu semblante para saberem como se comportar frente à sua presença. É ressaltado que sua família foi formada por três mulheres: Mariana de Jesus Batista, mãe de Mauá; Guilhermina de Sousa Machado, irmã e sogra de Mauá; e Maria Joaquina de Sousa, esposa e sobrinha de Mauá. Isso mesmo que você acabou de ler: esposa e sobrinha de Mauá. Esta situação de casamento parental era uma prática recorrente durante o império entre pessoas de classes sociais elevadas. Prática ligada à manutenção do poder e do patrimônio, garantindo que a proteção dos recursos permanecesse em família.
A biografia escrita por Jorge Aragão apresenta Mauá aos nove anos de idade em seu primeiro emprego como caixeiro, em 1822, no Rio de Janeiro, e aos trinta se torna um dos homens mais prósperos do império. O primeiro capítulo do livro é chamado de Os Dois Imperadores , e faz referência ao poder de Mauá, que ainda jovem conquistou muito na vida financeiramente, morando em uma casa próxima ao palácio de São Cristóvão de Dom Pedro II. A casa em questão é o palacete de São Cristóvão, localizado no Rio de Janeiro, no qual Mauá recebeu a propriedade de um cliente que lhe entregou o palácio, sem ter como saldar uma dívida. Mauá era um dos homens mais ricos do império, que tinha tanto poder que uma simples assinatura sua poderia criar leis no Uruguai, movimentar tropas na Argentina e nomear um novo ministro no Brasil (Caldeira, 1995)
O barão era um homem admirado e temido, que recebia muitas cartas referentes aos seus negócios. Dono de um império próprio, apostou na diversificação dos negócios. Gerenciava um grupo de empresários instalados em diferentes países. Se destacou pela sua mente empreendedora, pelo investimento em estradas de ferro que facilitaria o transporte de produtos agrícolas, enquanto os demais o consideravam maluco; ele sentiu ter uma mente empreendedora. Ninguém no Brasil havia chegado onde o banqueiro conseguiu.
Por conta de tanto poder, entrou em conflito indireto com Dom Pedro II, Imperador do Brasil, que, apesar de ter interferido em seus negócios, possuía certa admiração por Mauá. Segundo Caldeira (1997), para Dom Pedro, Mauá tomou atitudes pensando apenas em si mesmo, tratando-se de um homem duro e orgulhoso, e Dom Pedro estava ali para pensar no bem comum, já Mauá apenas em seus interesses. O próprio governo imperial do Brasil, por duas vezes, retirou bancos da posse de Mauá. Vai saber quem estava certo nessa história toda, talvez nenhum dos dois, cada um defendendo seus interesses a seu modo. E para os dois homens vaidosos ambos se sentiam com a razão. Mas a pergunta que deixo em aberto é: Seria possível um Império com dois imperadores?
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