A prefeita em exercício de Paço do Lumiar, Maria Paula Azevedo Desterro (foto), que no próximo dia 1º completa um ano à frente do Executivo Municipal, está envolvida até o pescoço no esquema criminoso de supersalários no qual foram enxertadas dezenas de pessoas na folha de pagamento da prefeitura recebendo, ao mês, R$ 15 a 20 mil reais.
Até ser tornado público por meio da imprensa, o esquema era liderado por Jameson Barbosa Malheiros da Silva (foto acima), secretário municipal de Planejamento e Articulação Governamental; e Anderson Medeiros Soares (foto abaixo) – secretário adjunto de Planejamento – que é sobrinho do deputado estadual Adelmo Soares.
Ambos agiram conforme a anuência da gestora. Nada, absolutamente nada, aconteceu sem o conhecimento e autorização de Maria Paula Azevedo Desterro.
O derrame de dinheiro público resultante da “lavagem” via folha de pagamento era rateado entre os três, obedecendo a seguinte divisão: 25% para Jameson; 25% a Anderson e 50% à prefeita Paula.
– Detalhes do esquema
O Blog do Domingos Costa apurou como o esquema dos supersalários na folha da prefeitura luminense era operacionalizado por Jameson e Anderson, após o aval da gestora.
Eles ordenavam ao setor responsável pelo financeiro que turbinasse o salário base dos comissionários listados em uma planilha montada a dedo por eles e pela prefeita.
Os escolhidos eram pessoas próximas, de confiança, muitos eram familiares e, outras, do clico de amizade. Esses comissionados aceitavam se submeter ao recebimento em suas contas bancárias de 15 mil reais e, na prática, tinham de devolver R$ 12 mil.
Portanto, ficavam apenas com R$ 3 mil (20%) por ter emprestado o nome para a folha de pagamento de Paço.
Existe, também, uma categoria menor, daqueles funcionários comissionados que recebiam entre 6 a 10 mil reais. A divisão consistia do mesmo modo, devolver 80% para o operador do esquema e ficar com apenas os 20%.
Ainda não é possível identificar ao certo quantos funcionários da gestão Paula da Pindoba foram arrolados no esquema, especula-se que chegam a mais de 50 nomes.
E é bom que se diga, eram duas “categorias” de funcionários que aceitavam participar do esquema: Uma que trabalhava no expediente normal e outra fantasma, que sequer sabe o endereço da prefeitura, os chamados “marajás” – aquela pessoa que ocupa um cargo público apenas no papel, mas que recebe sem efetivamente trabalhar.
– Penduricalhos
Os supersalários eram turbinados através de três formas: “gratificação técnica de nível superior”, “indenização de transporte” e “diferença de salário”. Todos esses penduricalhos, obviamente, concedidos indevidamente àqueles funcionários comissionados mais próximos da gestora, conforme planilha controlada por Jameson e Anderson.
Até mesmo aos comissionados que tinham apenas o Ensino Médio, foram acrescidos 100% de “gratificação técnica de nível superior” sobre o salário base deles. Outros 100% eram aplicados no contracheque sob a justificativa de “indenização de transporte”.
De forma que a prefeita Paula usava a folha de pagamento a bel-prazer, chegando a dobrar, triplicar e até quadruplicar o ‘salário base’ de quem aceitava participar do esquema de rachadinha.
Uma verdadeira farra com o dinheiro público, que depois chegava aos bolsos dos autores intelectuais do esquema.
– Demissões como estratégia
Após o escândalo vir à tona, a prefeita tratou de fazer uma série de exonerações, entre estas, dos lideres do esquema: Jameson Barbosa Malheiros da Silva e Anderson Medeiros Soares.
Junto com eles, foram também exonerados inúmeros funcionários comissionados que recebiam de R$ 15 mil na folha.
Tudo isso foi parte de uma estratégia para passar à sociedade e ao Ministério Público que Paula da Pindoba não tinham conhecimento da fraude. Entretanto, a forma de ludibriar não vingou, pois, até o momento nenhum centavo foi devolvido aos cofres públicos.
Aliás, as demissões e exonerações são as provas da admissão de culpa da prefeita, uma espécie de “réu confessa”.
E o caso ainda vai render, e muito…