A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (20), duas operações simultâneas, com o objetivo de combater organizações criminosas envolvidas em crimes financeiros, fraudes cibernéticas, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Ao todo, estão sendo cumpridos 26 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de prisão nos estados do Maranhão, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Além das ordens judiciais, a Justiça determinou o sequestro de bens e valores em nome dos investigados, de pessoas interpostas (laranjas) e de empresas ligadas aos grupos criminosos.
Segundo a PF, as investigações tiveram início com base em informações recebidas pela Rede de Cooperação Internacional em Crimes Cibernéticos, criada em 2023, para fortalecer a cooperação policial internacional. As apurações foram conduzidas em conjunto pela Coordenação de Repressão a Fraudes Bancárias Eletrônicas da Polícia Federal e pelas Delegacias da Polícia Federal em Joinville/SC e Itajaí/SC.
De acordo com a PF, a primeira ação, apontada como Operação Cryptoscam, visa desarticulação organização criminosa entre familiares com base em Ponta Grossa/PR. O grupo é investigado por fraudes bancárias e furtos de criptoativos por meio de ataques cibernéticos. As investigações começaram com informações recebidas pelo canal de cooperação internacional acerca de um furto de US$ 1,4 milhão em criptoativos de um cidadão de Singapura. A Polícia Federal suspeita ainda que a organização esteja atuando desde 2010.
A polícia constatou que os envolvidos se mudaram para Balneário Camboriú/SC no ano de 2021, onde passaram a ocultar os valores ilícitos em nome de terceiros por meio de aquisição de imóveis de alto padrão, veículos de luxo e em criptoativos. Segundo informações da PF, os levantamentos estimam que o grupo tenha movimentado cerca de R$ 100 milhões entre os anos de 2020 e 2025.
Segundo informação da Polícia Federal, uma parte dos investigados é suspeita de envolvimento em um ataque cibernético que, no ano de 2020, atingiu 150 contas bancárias da Caixa Econômica Federal, vinculadas a 40 prefeituras.
Ainda segundo a PF, a segunda ação, denominada Operação Wet Cleaning, iniciou com a prisão de uma mulher, apontada como uma das maiores estelionatárias do Brasil, suspeita de aplicar diversos golpes contra a Caixa Econômica Federal. A investigação revelou conexões com indivíduos envolvidos em furto de caixas eletrônicos, fraudes cibernéticas, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
As investigações apontaram que o grupo estaria utilizando o mercado formal, com empresas nas áreas de construção civil, informática e transporte de cargas, para lavar dinheiro oriundo de atividades ilícitas. A Polícia Federal estima que a organização criminosa tenha movimentado aproximadamente R$ 110 milhões em criptoativos.
Diante dos fatos, a Polícia Federal continuará com as investigações com o objetivo de identificar outros envolvidos e aprofundar as conexões nacionais e internacionais das atividades criminosas.